sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Vivo

Desde os 18 fora de casa e fora da velha casca. Aprendeu que a vida não é mesmo um conto de fadas! Arroz não brota na panela, assim como não desaparece da mesma quando está velho e mofado. Meias são objetos inanimados e portanto, não ficam animadinhas em tomar um "banho" por conta própria. É preciso lavar o banheiro, pagar conta de energia, administrar o dinheiro.
Aos 18 anos, sozinha, com mala em um mão, bilhete único na outra, sorriso amarelo para os pais e um aceno de cabeça, a vida parece por alguns segundos ser perfeita! afinal era tudo o que mais queria: ditar as próprias regras!
Naquela tarde a independência veio embrulhada num saquinho bonito com um laço pomposo. Tudo ficou mais difícil quando ao abrir o pacote não foi possível encontrar o manual de instruções, nem ao menos um 0800 ou 0xx11 para ligar e reclamar sobre a ausência deste ítem.
Guardou a embalagem com carinho debaixo do colchão da beliche, e até hoje olha para aquele saquinho já amarrotado, pois mesmo não contendo manual de instruções remete aos princípios indispensáveis para um melhor uso do bem adquirido: a Independência.
Desde então o maior desafio foi aprender a viver sem o tal manual, mas sabe o que ganhou de brinde um tempo depois? Responsabilidade.

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